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O Espelho Mutável

Despindo as Peles da Identidade

Há um silêncio que segue cada despojamento. Vivi muitos deles, alguns ruidosos, outros silenciosos, mas todos sagrados. Deixar minha família na Colômbia para estudar o que me chamava. Não para escapar, jovem demais para sequer saber o que é uma fuga da alma, mas para seguir algo mais profundo que já começava a se formar dentro de mim, mesmo que eu ainda não soubesse nomeá-lo. Anos depois, deixei para trás o que, do lado de fora, era visto como uma carreira de sucesso — não porque eu tivesse outra à espera, mas porque a estrutura que antes me sustentava já não podia conter o que emergia. Deixei uma cidade, a mais excitante do mundo, por amor, e porque amava criar um lar onde uma nova vida pudesse crescer, onde família pudesse significar presença em vez de negociação. Deixei amizades que um dia foram plenas e luminosas, mas que já não ofereciam ressonância. E em todos esses momentos, senti o luto de dizer adeus a uma versão de mim mesma que havia cumprido seu propósito.

E ainda assim, em cada despojamento, havia mais vida. Mais espaço. Um respirar mais profundo. Um pulso de vir-a-ser que eu não teria acessado se tivesse me agarrado ao que foi.

Identidade é frequentemente pensada como a resposta à pergunta: “Quem sou eu?” Mas talvez não seja uma resposta. Talvez seja um reflexo. Um espelho em movimento que muda com a luz. O dicionário a chama de “o fato de ser quem ou o que uma pessoa é.” Mas identidade nunca é um fato. É uma percepção. Um instantâneo. Uma camada do ser que nos ajuda a nos localizar em um tempo e espaço determinados, mas nunca o todo.

O que gostamos, o que não gostamos, o que buscamos e o que evitamos, isso forma a primeira camada da identidade. Preferências. Aversões. Mas quando olhamos de perto, vemos que isso não nasce no vácuo. É moldado por memórias, por condicionamentos, por pertencimento e rejeição, pelas pessoas que amamos e pelas feridas que protegemos. Começamos a confundir identidade com segurança. Construímos personalidades em torno do que fomos aplaudidos e do que nos feriu. Crenças se tornam andaimes, e seguimos subindo sem questionar o que estamos construindo.

Às vezes achamos que estamos sendo autênticos, mas estamos apenas sendo consistentes. Consistentes com quem fomos, não com quem somos. E é aí que a identidade pode nos enganar, porque pode ser movida pela necessidade do ego de se solidificar e se justificar. Tornamo-nos apaixonados por nossa verdade, mas será que ela é realmente nossa? Ou apenas uma repetição do que um dia nos pareceu bom, ou seguro, ou familiar?

Identidade pode nos ancorar, mas também pode nos aprisionar. É uma pele. E como todas as peles, precisa ser trocada para que um novo crescimento aconteça. Quando confundimos essa pele com o próprio eu, começamos a resistir à mudança. Defendemo-la. Superidentificamo-nos com papéis, preferências, opiniões, esquecendo que elas sempre foram feitas para serem temporárias.

Na cosmobiologia, falamos do triângulo da identidade: Sol, Lua e Ascendente. O Sol é o brilho essencial, a luz interior que nos anima. A Lua é o corpo emocional, o lugar onde a memória vive e as respostas se formam. O Ascendente é a máscara, a interface, o modo como encontramos o mundo. Juntos, moldam a forma como nos percebemos e somos percebidos. Mas não são fixos. Os trânsitos, o céu vivo, os ativam, esticam, pressionam, recompensam. Identidade não é estática no mapa. É mutável, em evolução, constantemente revelando novas facetas da mesma joia.

Não nascemos para usar um único nome para sempre. Nascemos para nos tornarmos muitas coisas. Nascemos para permitir que nossas paixões mudem, que nossos papéis se transformem, que nossas verdades evoluam. Isso não significa que somos falsos. Significa que estamos vivos.

Despir-se de uma identidade não é traí-la, é honrar o que ela ofereceu, e ouvir o que agora chama. Como deixar para trás brinquedos, carreiras, ideologias, amizades, há uma ternura no ato de deixar ir. Muitas vezes há luto. Mas com esse luto vem espaço para que uma vida mais profunda respire através de nós. Não há expansão sem espaço. Não há chegada sem partida.

E, em última instância, toda identidade é uma forma de nos agarrarmos à vida. Nomeamo-nos para afirmar que estamos aqui. Declaramos: “Isto é quem eu sou,” na esperança de que, ao fazê-lo, não sejamos esquecidos. Mas todos os nomes eventualmente se dissolvem. Todos os papéis caem. Quanto mais resistimos a essa verdade, mais sofremos. Quanto mais a abraçamos, mais vivemos.

Essa prática de despojamento não é apenas espiritual, é biológica, psicológica, ancestral. Vivemos por fases. Por eus. Não somos a mesma pessoa de ano em ano, às vezes nem de dia em dia. Isso não é fracasso. É crescimento.

Por isso aprendi a não temer o despojamento. Aprendi a abençoar cada pele ao cair, a agradecer às identidades que me sustentaram, e a entrar no que vem a seguir sem precisar saber seu nome. Porque quanto mais fundo vou, mais percebo que quem eu sou… ainda está se tornando.

Siendo, o verbo SER em espanhol, é a ARTE de SER. A beleza atemporal das descobertas sem fim.

Ensinamentos Incorporados:
Se este reflexo fala com você e você sente o convite não apenas para ler, mas viver este processo, sinta-se bem-vindo(a) a ir mais fundo. Esta entrada vem acompanhada de um PDF para download que guia você por um processo de integração incorporada, enraizado na astrologia, escrita elementar, aromaterapia e meditação guiada.

Dentro do PDF, você encontrará:

- Um convite para localizar onde este ciclo está ativo no seu mapa natal

- Reflexões em diário através dos quatro elementos | Terra, Água, Fogo, Ar

- Uma sinergia personalizada de óleos essenciais para apoiar cada estágio


Uma nota pessoal...


O Eremita Gira a Roda

A cada temporada de Escorpião, inicio o exercício sagrado da retrospecção, uma descida silenciosa às águas profundas onde meu ano solar começa a se encerrar.
É o momento em que recolho minhas próprias reflexões, nomeando as texturas de uma vida vivida, validando cada passo, e agradecendo pelo ciclo que agora se prepara para se dissolver.

Neste lembrar, eu me rendo às águas íntimas de Escorpião, para esculpir na carne da memória as verdades que minha alma deve carregar ao se preparar para encarnar novamente no meu aniversário, sob as chamas de Sagitário.
Esse ritual tornou-se minha confissão anual ao Divino: uma conversa privada entre minha alma e o cosmos, entre a morte e a promessa de uma nova vida.

Este ano foi de revelações profundas e de um tornar-se sagrado.
Foi o ano em que a Psilocibina se revelou a mim como mestra e aliada, guiando-me mais fundo no domínio de mim mesma através dos estudos na Holanda, onde o invisível e o visível começaram a se fundir.

Foi o ano em que uma cliente querida, hoje uma irmã, me convidou a oficiar seu casamento, depois de caminharmos juntas por anos de cura. Naquele momento, a sacerdotisa dentro de mim despertou, lembrando que o amor é a mais sagrada reciprocidade.

Foi o ano em que retornei à selva amazônica, para ser batizada pela minha tribo, reconhecida como uma das suas, e receber a iniciação humilde na alquimia da Avó, o Natem.
Ali, lembrei o que significa pertencer à Terra com reverência e alegria.

Foi o ano em que aprendi a transmutar um pensamento antigo que há muito habitava minha psique: o significado de ser um espelho.
Compreendi que meu poder não está em refletir tudo, mas em discernir quais reflexos pertencem à minha luz.
Agora, carrego este espelho com reverência — contido, consciente, claro.

Foi também o ano em que realizei um sonho guardado desde que meu filho tinha dois anos: viajar juntos ao Japão.
Ao levá-lo, ele me levou de volta a partes de mim que eu havia esquecido.
No Monte Koya, através da vibração dos mantras, recordei um momento no Templo Shaolin, um eco de devoção que preencheu meu corpo com êxtase e despertou em mim o verdadeiro significado do peixe enrolado: presença dentro do movimento, quietude dentro do fluxo.

Foi o ano em que retornei à Colômbia, para abençoar a mulher mais jovem de nossa linhagem, ainda acolhida no ventre de minha sobrinha.
Ali, dos lábios de minha mãe, recebi a bênção de me tornar a matriarca de nosso clã.
Nesse rito de passagem, fui coroada não com orgulho, mas com humildade, para guardar e guiar os tesouros que cada mulher carrega dentro de seu útero.

Essas foram as grandes conquistas da alma no meu ano.
E por cada uma, eu me inclino em gratidão.

Claro, toda luz projeta sua sombra.
Mas é nessas sombras que encontro o reflexo que mantém viva a centelha nos meus olhos, a dança entre decomposição e renascimento, entre fim e começo.

Pois essa é a sabedoria de Escorpião:
Morrer para viver.
Lembrar através da entrega.
Permitir que a gratidão se torne a ponte entre o que foi e o que ainda está por ser vivido.

E ao honrar essa passagem, eu lembro:
embora a jornada de evolução por cada espiral do ser seja solitária, a missão é coletiva — uma espiral compartilhada de consciência.
Que as ondas do meu tornar-se alcancem todos os que caminham ao meu lado, o núcleo íntimo da minha alma.

Porque toda história tem uma melodia.
Aqui você pode ouvir a minha | SuachYawa

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